Atrasos na linguagem exigem um acompanhamento

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Foto: Jonathan Lessa

O processo de aquisição da linguagem e da fala acontece por etapas. Primeiro, a criança balbucia, depois fala algumas palavras, monta frases, pronuncia todos os sons corretamente, e assim por diante. Não ocorre de um dia para o outro. Se os familiares ou a escola perceberam que há atraso em alguma fase, vale a pena buscar ajuda de um especialista.

Entre os problemas mais comuns que podem causar atraso na linguagem e, por consequência, na fala estão, conforme destaca a fonoaudióloga Renata Bandeira, os auditivos, os neurológicos e os respiratórios. “As deficiências na audição são a primeira coisa que deve ser investigada. Isso porque mesmo que a criança tenha feito o teste da orelhinha ao nascer, otites (infecção) de repetição e outras doenças podem afetar a audição e, consequentemente, a fala”, relata.

Já os problemas respiratórios, como rinite e outras doenças que fazem a criança respirar de boca aberta, prejudicam o tônus (a força) muscular, de modo que as palavras não são pronunciadas corretamente. Segundo Renata, o mesmo pode ocorrer, inclusive, por causa do uso exagerado de chupetas e mamadeiras.

A fonoaudióloga explica que muitos casos de atraso na linguagem não exigem um longo tratamento, apenas uma orientação aos familiares para estimular a criança adequadamente no dia a dia. Em vez de dar tudo de imediato, por exemplo, eles terão de aprender a esperar que ela peça, e não apenas aponte o que quer.

“A linguagem, o pensamento e a fala estão interligados. A falta, portanto, pode interferir no desenvolvimento como um todo. Aos três anos de idade, uma criança já é capaz de falar do passado. Mas se só sabe apontar, como é que vai aprimorar a comunicação?”, reflete a profissional.



Editora da revista Viver!, uma das mais importantes revistas de saúde do país. A publicação Sul capixaba circula mensalmente há mais de 17 anos.


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