Infecções dentárias geram risco À saúde e vitalidade do dente

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As infecções dentárias ocorrem quando há uma ruptura do equilíbrio entre o mecanismo de defesa humana e o mecanismo de infecção bacteriana. Dentre as causas principais, a endodontista Lívia Tiradentes cita: cárie dentária, infecção dentoalveolar (infecção da polpa e abscesso periapical), gengivites (inflamação da gengiva), periodontites (inflamação do periodonto), osteíte, oteomielites ou ainda, infecções pós-cirúrgicas.

Conforme explana a especialista, existem duas vias de infecção na boca. Uma é a rota através do ápice da raiz (necessita de tratamento de canal) e a outra é a via através da bolsa periodontal profunda. “Existe ainda uma infecção muito perigosa, que é a celulite facial. É uma infecção causada por bactérias que atingem as camadas mais profundas da pele (derme e hipoderme)”, alerta.

Ainda de acordo com doutora Lívia, outra infecção existente é o abscesso dentário. O problema acontece quando uma bactéria se instala em alguma cavidade entre a gengiva e os ossos da face ou pescoço. Um dente infeccionado que não recebe tratamento apropriado pode formar esse abcesso.

“As infecções orais são usuais em pacientes de todas as idades, representando um risco substancial para a vida ao atingir espaços fasciais profundos. Os sinais e sintomas são evidentes devido à proximidade entre nervos, músculos e ligamentos, o que prejudica rapidamente a função da região afetada, levando a dor e trismo (dificuldade de abrir a boca)”, argumenta a odontóloga.

Embora bem definida, a anatomia facial apresenta formas peculiares de propagação da infecção, que, quando invadidas, se comunicam entre si, podendo armazenar grandes quantidades de pus, o que pode causar compressão das vias aéreas superiores e/ou assimetria de face, exigindo um tratamento rápido e preciso. As infecções odontogênicas podem invadir os espaços fasciais e levar o paciente a óbito rapidamente quando não controladas, ou deixar sequelas como parestesias de nervos sensitivos – revela a profissional.

O tratamento de canal

O canal envolve quase todas as partes do dente. Quando o dentista faz um procedimento endodôntico, o famoso tratamento de canal, ele remove a polpa, tecido interno que se estende da coroa até a raiz. Em seguida limpa e preenche toda essa região que foi retirada. “Esse cenário é causado por doenças aparentemente inofensivas que, quando não recebem o devido tratamento, podem gerar um grande risco à saúde e vitalidade do dente. Isso pode acontecer com a cárie avançada, que destrói todo esmalte, dentina e chega ao canal; ou a periodontite, que alcança a raiz do dente e, consequentemente, o canal”, explana doutora Lívia.

Reconheça os sintomas

Dores de dentes, de cabeça, sintomas de sinusite e sangramento da gengiva durante a escovação podem ser alguns dos sinais mais comuns e óbvios de inflamações ou infecções que afetam a saúde bucal. Os tratamentos variam de acordo com o problema e a gravidade.

Em alguns casos, no entanto, desconfortos na região da boca podem demorar para aparecer, o que aumentaria as chances de desenvolvimento de uma condição mais grave. É por esta razão que a visita regular a um dentista, mesmo quando não há dores, se torna indispensável. Além, claro, de nunca ignorar a importância de realizar corretamente a higiene bucal.

A endodontista Lívia Tiradentes (foto: Jonathan Lessa)



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