Pacientes com cardiopatia congênita recebem tratamento pelo SUS

443

Cardiopatia Congênita é qualquer alteração na anatomia do coração e de seus vasos sanguíneos (veias e artérias) que surge antes mesmo do nascimento do bebê, nas primeiras oito semanas de gestação. A manifestação da cardiopatia congênita é muito variável, podendo ocorrer logo após o nascimento ou surgir mais tarde na infância ou adolescência.

A incidência das cardiopatias congênitas é de oito a 10 por 1.000 nascidos vivos. No Brasil, quase 30 mil crianças nascem com cardiopatia congênita por ano. Destas, cerca de 80% necessitam de cirurgia cardíaca, sendo que metade precisa operar ainda no primeiro ano de vida.

“Apesar de ser uma incidência relativamente alta, a população em geral não está consciente sobre os sintomas, consequências e tratamentos das cardiopatias congênitas, deixando por vezes de procurar assistência médica e colocando em risco o desenvolvimento e até a sobrevivência de muitas crianças”, explica a cardiopediatra doutora Andressa Mussi.

As malformações congênitas representam a segunda principal causa de mortalidade em menores de um ano de idade, sendo as cardiopatias congênitas as mais frequentes e com alta mortalidade no primeiro ano de vida no Brasil e a terceira causa de morte até 30 dias de vida. O atendimento integral à criança com cardiopatia no Brasil ainda é um dos maiores desafios do SUS.

As dimensões continentais de nosso país e a distribuição geográfica desigual dos centros de referência de cardiologia e cirurgia pediátrica são fatores determinantes neste processo. A meta atual do governo federal é ampliar em 30% o atendimento de crianças com cardiopatia congênita por ano, o que corresponde a mais de 3.400 procedimentos/ano, totalizando cerca de 12,6 mil procedimentos/ano, o que impactaria em grande redução da mortalidade neonatal.

Por isso ela, o cirurgião cardíaco doutor Luiz Daniel Torres e membros da equipe multidisciplinar do Hospital Evangélico se uniram a centenas de pessoas em uma caminhada no sábado, nove de junho para conscientizar a população pela causa da Cardiopatia Congênita.

Oficialmente, o Congresso Nacional instituiu o dia 12 de junho como Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita através de projeto de lei, a fim de promover anualmente, eventos com a finalidade de conscientizar a sociedade sobre as cardiopatias congênitas, suas manifestações e necessidade de diagnóstico precoce e tratamento.

A divulgação deste dia mobiliza e amplia a seguridade social de nossa população e de nossas crianças. “O nosso grande objetivo com a caminhada é engajar a população para a causa dessa doença e assim sensibilizar os nossos governantes a mudar um pouco o panorama de tratamento da cardiologia pediatria do pais”, explica doutora Andressa.



A revista Viver! é publicada mensalmente há mais de 17 anos com circulação no Espírito Santo. Trata-se de uma das mais importantes revistas de saúde do Brasil, com centenas de especialistas em prol do dilema "Informação que faz bem".


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *