Conheça os hábitos que podem provocar um quadro de candidíase

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A ginecologista e obstetra Rachel Carneiro – Foto por Erika Medeiros

Infecção provocada por fungos do gênero Cândida, a candidíase é bastante frequente entre as mulheres e pode ocorrer em qualquer estação do ano, pois é considerada oportunista. “Ela se aproveita de um momento de maior fragilidade do organismo e da proliferação de microorganismos no ambiente”, revela a ginecologista e obstetra Rachel Carneiro.

No verão, conforme relata a especialista, a candidíase é comum devido à alta frequência a praias e piscinas, além do uso contínuo de biquínis molhados, contatos com areia e cloro, podendo estas situações mudar o pH ou alterar a flora vaginal, permitindo a instalação da infecção. Já no inverno, a situação é outra: roupas justas e abafadas em excesso prejudicam a oxigenação vulvovaginal e também podem propiciar as infecções. Existem também outras causas, como o uso de antibióticos.

“Estudiosos da ginecologia afirmam que 75% das mulheres teriam, pelo menos, um episódio de candidíase na vida e 5% delas teriam o quadro de candidíase recorrente (mais de quatro episódios por ano)”, aponta.

Apesar de não ser considerada uma doença sexualmente transmissível, de acordo com doutora Rachel, a candidíase pode ser transmitida através de relações sexuais, afetando homens e mulheres. “Nas mulheres, os sintomas são dor, coceira, ardência, inchaço e vermelhidão na vulva, associados à dor para urinar e durante a relação sexual e, principalmente, corrimento esbranquiçado tipo leite talhado”, diz.

A ginecologista salienta que muitas mulheres sentem vergonha em falar sobre o assunto, mas não há nenhum motivo para isso, pois se trata de um problema de saúde que merece tratamento adequado. “O importante é ter informação, conhecimento, bom acesso ao serviço de saúde e cuidar/gostar bastante de si mesma. Isso vence qualquer obstáculo”, enfatiza.

O primeiro passo para o tratamento, conforme descreve doutora Rachel, é determinar as causas, combatê-las e evitar recidivas. O médico pode indicar antimicóticos e pomadas antifúngicas de uso local. Quando não são suficientes, ele prescreve medicamentos por via oral por tempo mais prolongado. Cabe ao ginecologista escolher o que é melhor para cada paciente. “Quando a candidíase vaginal não é tratada corretamente, ela pode se tornar um quadro persistente, repetindo em intervalos cada vez menores”, alerta.

Medidas preventivas

Tudo o que permitir uma boa ventilação dos órgãos genitais é benéfico como forma de prevenir a infecção: dormir sem calcinha, utilizar calcinhas de algodão e evitar roupas de tecidos sintéticos e muito justas. Além disso, não consumir antibióticos sem necessidade, evitar o uso contínuo de absorventes internos, cuidar da higiene íntima, preferir o uso de papel higiênico branco e sem perfume, usar camisinha em todas as relações sexuais, bem como realizar as consultas preventivas periodicamente e seguir as recomendações do médico.

Ter uma rotina saudável e sem estresse também é fundamental para manter o sistema imunológico fortalecido. Algumas mudanças no cardápio podem prevenir a infecção e colaborar para acelerar o tratamento.

 



Editora da revista Viver!, uma das mais importantes revistas de saúde do país. A publicação Sul capixaba circula mensalmente há mais de 17 anos.


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