“Ombro congelado” causa dor intensa e limitação dos movimentos

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Foto: Jonathan Lessa

A capsulite adesiva, conhecida popularmente como “ombro congelado”, se caracteriza por limitação dos movimentos e intensa dor no ombro, que pode durar meses a anos. É provocada por uma inflamação da cápsula que reveste a articulação do ombro. Trata-se de um problema relativamente comum, acometendo cerca de 5% da população. Mais frequente a partir dos 55 anos, afeta mais mulheres que homens.

Segundo o ortopedista Arthur Beber, especialista em cirurgia de ombro e cotovelo da Clínica Ortotrauma, o ombro não dominante é ligeiramente mais suscetível à capsulite adesiva. “Em cerca de 10% dos pacientes o ombro contralateral pode ser acometido dentro de um intervalo de cinco anos”, diz.

O especialista relata que a capsulite adesiva pode estar relacionada a traumas do ombro ou a doenças sistêmicas, que nada têm a ver com a articulação do ombro, tais como diabetes, hipotireoidismo ou doenças cardiovasculares. O ombro congelado também pode ser uma doença idiopática, isto é, um problema que surge sem que possamos identificar uma causa clara.

O quadro, de acordo com doutor Arthur, habitualmente se desenvolve em três fases. A primeira é a fase dolorosa ou inflamatória. A segunda é a fase de congelamento ou rigidez. A terceira é a recuperação ou descongelamento,quando o paciente vairetomando a capacidade de mover amplamente os ombros e a dor desaparece completamente.

Doutor Arthur explica que o ombro congelado pode atrapalhar as atividades normais do paciente por pelo menos dois anos, variando em cada caso. Alguns pacientes podem perder de forma definitiva cerca de 15% da mobilidade do ombro. O diagnóstico é feito habitualmente pelo ortopedista, através do exame físico e exames complementares.

O tratamento, que visa o controle da dor e restabelecimento de parte dos movimentos do ombro, inicialmente pode ser feito com analgésicos comuns associados a medicamentos para dor crônica. Anti-inflamatórios têm boa eficácia, mas não devem ser usados diariamente por vários meses seguidos, devido aos efeitos colaterais gástricos, renais e cardiovasculares. Em casos de dor de difícil controle, pode-se prescrever analgésicos mais fortes.

Após o alívio da dor, conforme ressalta o médico, deve-se iniciar exercícios e fisioterapia para melhorar a mobilidade do ombro afetado. Os exercícios devem ser começados de forma leve, sempre utilizando a dor como parâmetro. “O tratamento cirúrgico, habitualmente feito por artroscopia, costuma ficar restrito apenas aos casos mais graves e que não obtêm resposta satisfatórias com outros tipos de tratamento”, completa.



Editora da revista Viver!, uma das mais importantes revistas de saúde do país. A publicação Sul capixaba circula mensalmente há mais de 17 anos.


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