Projeto do TRINO SAÚDE é um desafio salutar de médio e longo prazo

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Por Wagner Medeiros Junior – Superintendente do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim/ Economista e Especialista em Gestão de Saúde

 

Somando o tempo de serviços prestados à população do sul do Espírito Santo pelos três hospitais filantrópicos de Cachoeiro de Itapemirim – Hospital Evangélico, Santa Casa de Misericórdia e Hospital Materno Infantil “Francisco de Assis” – chegamos a quase dois séculos e meio de trabalho ininterrupto em favor de nossa coletividade. Quantificando, isto equivale a dizer que foram milhões e milhões de procedimentos realizados em favor da vida ao longo dos anos, que à luz da razão merecem o reconhecimento e respeito de todos, quando se pensa com grandeza de espírito.

Historicamente, os nossos hospitais sempre atenderam à população, sem discriminar a condição social de ninguém, no cumprimento da missão idealizada pelos seus fundadores. No nosso caso, aqui em Cachoeiro de Itapemirim, pela iniciativa altruísta das igrejas católicas, evangélicas e espíritas, que contaram como o apoio direto ou indireto de toda a sociedade. Por isto, o enorme patrimônio formado por nossos três hospitais é um ativo da coletividade, constituído pela ausência de investimentos do Poder Público no setor.

Por isto, nos mesmos moldes do patrimônio público, os hospitais filantrópicos não têm donos exclusivos, simplesmente eles pertencem à população. Tanto é assim, que a própria legislação estipula que no caso de insolvência essas entidades devem ser transferidas para um órgão público, ou incorporado por outra congênere. A diferença entre uma unidade hospitalar pública e a filantrópica está no modelo de responsabilidade jurídica e no modelo de gestão, já que esta última tem suas atividades desenvolvidas de acordo com seus Estatutos.

A responsabilidade dos gestores dos hospitais filantrópicos é enorme! Cabe a eles cuidar de todo esse patrimônio da sociedade, organizar o funcionamento, respeitando as suas vocações, e em cumprir cada um dos preceitos estabelecidos no Estatuto. Por outro lado, como verdadeiros donos, todos nós também devemos zelar por esse patrimônio e contribuir para o fortalecimento das entidades, não necessariamente com dinheiro, mas com ações.

Atualmente, um dos principais problemas enfrentados pelos hospitais filantrópicos é a remuneração dos serviços. O Sistema Único de Saúde, o SUS, por exemplo, tem uma tabela de preços onde um expressivo número de procedimentos não sofre aumentos há quase 20 anos. E os custos dos serviços, por sua vez, mês a mês são majorados pelo aumento de tudo: energia elétrica, gasolina, medicamentos, materiais de todos os tipos, gêneros alimentícios, etc. E todo mundo que participa da gestão hospitalar sabe que o custo de qualquer procedimento é muito alto.

Daí que os próprios planos de saúde com fins lucrativos sempre buscam também pagar menos aos hospitais, como forma de aumentar seus lucros. Sobra para os filantrópicos, então, aquele velho jargão popular: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, pois pasmem que até mesmo o adiantamento de qualquer valor pelo plano de saúde sempre é acrescido da cobrança dos juros. (E ainda fica como se fosse favor). Um simples agradecimento, nunca!

A alternativa encontrada pelos hospitais filantrópicos de Cachoeiro de Itapemirim foi a de entrar no mercado suplementar da saúde com um plano de saúde próprio e de todos – O TRINO SAÚDE. Esse é um desafio muito salutar de médio e longo prazo, que irá garantir a sustentabilidade dos fundadores nas próximas décadas. Portanto, o projeto do TRINO SAÚDE já nasceu com grandeza de propósito.

 

 

 



Editora da Revista Viver! - Jornalista há mais de 15 anos, atua também na área de Marketing Digital como social media.


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