Conheça os tipos de próteses de quadril e suas indicações

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Um dos procedimentos ortopédicos mais realizados no mundo, a artroplastia de quadril consiste na troca das superfícies articulares degeneradas devido a alguma patologia por próteses artificiais. O objetivo é reestabelecer e biomecânica articular e melhorar a qualidade de vida do paciente no que diz respeito a melhora da dor, ganho de mobilidade articular e capacidade de marcha.

Basicamente, existem dois tipos de próteses: a parcial e a total. De acordo com o ortopedista Juliano Paradela, especialista em cirurgia do quadril na clínica Ortotrauma, no caso da prótese parcial, realiza-se a substituição apenas da cabeça femoral, sem interferir no osso da cavidade acetabular da bacia. “É restrita a pacientes com pouca demanda funcional e com idade avançada, os quais geralmente quebraram o colo do fêmur e estão acamados ou andam pouco”, explica. “A sobrevida da prótese parcial é menor”, completa.

No que se refere a prótese total de quadril, o especialista explica que é mais moderna e substitui tanto a cabeça do fêmur quanto a cartilagem do acetábulo. Nesse tipo, o metal não se articula ao osso, como na prótese parcial. Apenas há articulação entre uma peça sobre a outra. Sua sobrevida, conforme ressalta o médico, é infinitamente maior. “Ela está indicada para casos de desgaste, artrose, necrose da cabeça do fêmur em que já ocorreu uma degeneração, fraturas do colo e da cabeça do fêmur em pacientes jovens, ou mesmo idosos que são mais ativos”, alista.

Doutor Juliano salienta que existem duas opções de próteses parciais do quadril. As próteses de Thompson, mais antigas, são constituídas inteiramente por uma liga de aço cirúrgico. Já as próteses bipolares, um pouco mais recentes, são uma evolução da primeira opção. Em relação a prótese total, as opções variam em termos de formas de fixação no osso.

“A prótese total pode ser cimentada, na qual usamos cimento biológico (meta metil metacrilato) para fixá-la no osso, ou não cimentada, sendo esta uma prótese porosa que é encaixada no osso. No segundo caso, a fixação ocorre pela porosidade da prótese na pressão e, em seguida, acontece o crescimento de osso ao redor dessa porosidade”, elucida o cirurgião ortopédico, acrescentando que a prótese não cimentada tem sobrevida maior e menos taxas de complicações.

Existem, ainda, classificações de acordo com a superfície de contato entre os componentes da prótese. Ou seja, que material é utilizado no local onde vai ocorrer o movimento. Entre as possibilidades estão metal, cerâmica e polietileno. Cada material possui suas peculiaridades quando o assunto é atrito, durabilidade e resistência.

Para doutor Juliano, o melhor tipo de prótese de quadril para cada paciente é sempre aquele com a maior durabilidade possível. “Sempre digo que a chance de ouro para tudo correr bem é a primeira cirurgia. Corrigir as cirurgias que não dão certo é possível, porém, mais complicado. Então a prótese tem que ter uma durabilidade grande. Os fatores levados em conta na escolha são a demanda funcional, idade do paciente e as atividades que ele pratica”, argumenta.

Foto: Jonathan Lessa



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