Especialista esclarece cinco afirmações sobre a mamografia

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Quanto mais cedo for descoberto, maiores são as chances de cura para o câncer de mama – o câncer que mais afeta as mulheres brasileiras. A Sociedade Brasileira de Mastologia alerta que a mamografia preventiva, ou de rastreamento, é o exame mais eficiente para detecção da doença em seu estágio inicial, que apresenta alto índice de recuperação se for tratada adequadamente. Convidamos a doutora Hosana Fernandes Mazzocco, médica radiologista no HECI, para esclarecer cinco mitos e fatos sobre a mamografia.

  1. Mamografia aumenta o risco de câncer de tireoide.

Dra. Hosana – Mito. A mamografia é um exame extremamente seguro. Embora se utilize de radiação ionizante, as dosagens são extremamente baixas em mamógrafos modernos. A dose de radiação recebida pela tireoide em uma mamografia é menor que 1% da dose que a própria mama recebe – e que já é muito baixa, conforme dito previamente.

Desse modo, as entidades brasileiras e internacionais de radiodiagnóstico não recomendam sequer o uso de protetores de tireoide durante a mamografia, pois além de desnecessários, podem prejudicar o posicionamento da paciente durante o exame e comprometer o resultado.

  1. Mamografia dói.

Dra. Hosana – Depende. A dor é uma experiência individual e relacionada a diversos fatores. Em geral, as pacientes apresentam boa tolerância à realização do exame. A ansiedade costuma ser o fator determinante nessa situação, sendo amenizada com esclarecimentos das dúvidas e reforço da vital importância do exame.

  1. Mulheres com silicone não podem fazer o exame.

Dra. Hosana – Mito. Os implantes de silicone não contraindicam o exame, havendo, inclusive, técnicas mamográficas específicas para esta situação.

  1. O exame pode ser substituído pelo autoexame ou exame físico.

Dra. Hosana – Mito. O autoexame e o exame físico por profissional habilitado devem ser realizados periodicamente, porém, não com o propósito de substituir a mamografia, mas sim de complementar. A mamografia detecta lesões muito pequenas, que ainda não são palpáveis. Ressalta-se que aguardar uma lesão se tornar palpável para realizar a mamografia atrasa o diagnóstico, levando à necessidade de tratamento mais agressivo e com menor potencial de cura.

  1. A mamografia pode ser substituída por ressonância magnética ou ultrassonografia.

Dra. Hosana – Mito. A mamografia é essencial, pois só ela se mostrou eficiente em detectar as formas precoces do câncer de mama. Os demais métodos são importantes, mas não isoladamente, e sim de modo complementar à mamografia nos casos em que permanecem dúvidas quanto à natureza de determinada lesão.

Foto: Erika Medeiros



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