A cor azul marca um importante movimento internacional criado para conscientização do câncer de próstata. O Novembro Azul tem o objetivo de alertar aos homens sobre a importância do diagnóstico precoce. O mês foi escolhido devido ao dia 17 de novembro, Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Estima-se que 65,8 mil homens devem ser diagnosticados com a doença neste ano no Brasil, sendo o segundo câncer mais comum no sexo masculino (INCA). O urologista Carlos Frederico Buloto Schmitd esclarece oito mitos e fatos relacionados ao câncer de próstata. Confira abaixo!
- O câncer de próstata é uma doença do idoso: Em parte mito, em parte verdade. O câncer de próstata é uma doença que tem maior prevalência quanto maior a idade. O risco para a doença é significativamente maior após os 50 anos, mas existe uma quantidade de casos que são diagnosticados em homens abaixo desta idade. Mesmo assim, é raro antes dos 40 anos. Cerca de três quartos do número de casos no mundo acometem homens acima dos 65 anos de idade e sete novos casos da doença são diagnosticados a cada hora. Portanto, homens de todas as idades têm que ficar atentos aos fatores de risco.
- Ter pai, irmão ou tio com doença aumenta meu risco: Verdade. Um dos principais fatores que se tem que ter atenção é a história familiar de câncer de próstata, sendo a hereditariedade um dos principais fatores de risco para a doença. Estima-se que a presença de algum parente em primeiro grau aumenta em cerca de quatro vezes a chance de desenvolver a doença. Este fato não é uma certeza de ter câncer, mas comparativamente a uma pessoa que não tem história na família, a possibilidade é maior. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda procurar um urologista a partir dos 40 anos em casos assim, com histórico muito positivo.
- Homens negros têm maior risco de desenvolver a doença: Verdade. Devido a fatores genéticos, a incidência de câncer de próstata em homens negros é maior que nos brancos ou asiáticos.
- O tamanho do dedo indicador revela o risco de câncer de próstata: Verdade. Um estudo publicado em 2010 em uma revista especializada em pesquisas sobre câncer descobriu que homens cujo dedo indicador era mais longo do que o dedo anular tinham uma probabilidade significativamente menor de desenvolver a doença. Os pesquisadores fizeram a descoberta depois de comparar as mãos de 1,5 mil pacientes com câncer de próstata com as mãos de 3 mil homens saudáveis. O comprimento dos dedos é determinado durante a gestação e estaria ligado aos níveis de hormônios sexuais no útero da mãe, e de acordo com os cientistas, a criança terá um dedo indicador mais longo se for exposta a níveis menores de testosterona antes do nascimento, o que poderá ser uma proteção contra o câncer de próstata na fase adulta.
- O sedentarismo pode aumentar o risco para desenvolvimento do câncer de próstata: Verdade. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata é a obesidade, que está diretamente relacionada ao sedentarismo. Outros fatores comportamentais que aumentam o risco são a baixa exposição a luz solar e a baixa frequência de relações sexuais.
- O câncer de próstata não apresenta sintomas em fase inicial: Verdade. Por se desenvolver inicialmente na região periférica da próstata, longe da uretra, não apresenta sintomas em sua fase inicial. Em fases mais avançadas, pode dificultar a micção e causar dores. Mas nem sempre estes sintomas são relacionados a câncer de próstata, outras doenças podem causá-los. Por isso a importância do exame de rastreamento.
- Já existe exame que elimina a necessidade do toque retal: Mito. O exame de toque retal prostático continua indispensável para o rastreamento do câncer. Infelizmente ainda existe má informação que insiste em tentar abolir o exame de toque. Existem outros exames que também podem ser feitos, mas em caráter complementar ao toque e PSA.
- Andar de moto, bicicleta e atividade sexual devem ser evitados antes do PSA: Verdade. Pela compressão do períneo masculino, estas atividades podem elevar o PSA de maneira transitória. Ou seja, é recomendado que se faça um período de abstinência destas atividades para não causar um resultado de exame falsamente positivo, em torno de três dias.