HECI realiza procedimento oncológico inédito no Brasil

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Por Assessoria de Comunicação Heci

Pela primeira vez na história da oncologia brasileira, foi realizado o procedimento de radioablação no pâncreas para tratamento de insulinoma. A ablação por radiofrequência já é realizada para destruir tumores de fígado e rim, sendo uma cirurgia minimamente invasiva, utilizada no HECI desde 2016 e beneficiando mais de 15 pacientes até o momento. A novidade é que esse procedimento nunca havia sido realizado para tratamento de insulinoma antes no Brasil, segundo o médico cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rogério Dardengo, sendo relatados apenas poucos casos realizados no mundo.

O insulinoma é um tumor que faz com que as células do pâncreas produzam insulina em alta quantidade, levando a diversos episódios diários de hipoglicemia. Devido a isso, além da preocupação com a técnica do procedimento em si, a equipe teve que se atentar para a hipoglicemia grave que a paciente apresentava, mesmo estando em jejum há apenas 2h.

A paciente submetida a essa técnica foi uma mulher de 37 anos com um tumor, de aproximadamente 1 cm, no corpo do pâncreas. O procedimento, realizado no centro cirúrgico do HECI, começou às 16h de quarta-feira (01/09) e durou cerca de duas horas. Participaram um médico cirurgião do aparelho digestivo, um cirurgião oncológico, um anestesista e um instrumentador. O trabalho foi concluído com sucesso e comemorado pelos profissionais, entre eles o médico cirurgião Dr. Rogério Dardengo, que coordenou a intervenção.

Foi utilizado para guiar o procedimento um aparelho de ultrassom de alta tecnologia. “A associação de métodos de imagem (ressonância magnética pré-operatória e ultrassonografia transoperatória) ajudou a detectar melhor o nódulo no pâncreas e a aperfeiçoar a técnica”- disse o médico. “A agulha de radiofrequência utiliza ondas de rádio de alta energia para aquecer e destruir as células do tumor. Na paciente em questão, após inserir a agulha no centro do tumor, uma corrente elétrica foi liberada por cerca de dez minutos, destruindo o insulinoma e causando danos mínimos aos tecidos saudáveis. Durante a cirurgia, também tivemos de dosar a glicemia a cada quinze minutos para evitar hipoglicemia grave”.

Benefícios da técnica

“Este é um procedimento minimamente invasivo, com uma recuperação muito mais rápida”, explica. A paciente recebeu alta hospitalar 18 horas após o término do procedimento. “Isso significa que o paciente não vai ocupar um leito de UTI e nem ficar vários dias internado”, complementa o Dr. Dardengo.

A técnica de ablação, porém, não é indicada para todos os tamanhos de tumores. “Não é um procedimento que substitui a cirurgia em todos os casos”, adverte. Estamos contribuindo para o desenvolvimento científico em âmbito nacional e criando embasamento técnico para que mais centros especializados possam no futuro estar dispondo dessa técnica aos seus pacientes.



Editora da revista Viver!, uma das mais importantes revistas de saúde do país. A publicação Sul capixaba circula mensalmente há mais de 17 anos.


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