Zumbido prejudica a qualidade de vida e deve ser investigado

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A otorrinolaringologista Gabriela Simão Valli – Foto por Klara Colodetti

Imagine um dia você acordar e ouvir um som de panela de pressão nos ouvidos. Você se levanta, toma seu café da manhã, inicia suas atividades do dia e esquece que ouviu esse som. No final do dia, ao deitar, quando tudo está em silêncio, você volta a ouvi-lo. “Você não consegue se concentrar no trabalho, não consegue ouvir as conversas, ler ou assistir à televisão e, ao deitar, o zumbido te faz perder o sono, aumentando a sua ansiedade e prejudicando gravemente os afazeres do dia seguinte”, relata a otorrinolaringologista Gabriela Simão Valli.

Felizmente, conforme elucida a especialista, esse é um quadro observado na minoria das pessoas com zumbido. Cerca de 80% dos casos apresentam sintomas leves, sem maiores consequências. “O zumbido nada mais é que ouvir um ou mais sons na ausência de estímulo sonoro externo. Ele pode ser escutado nos ouvidos ou na cabeça e pode ser contínuo ou intermitente, com períodos de melhora e piora”, relata.

O som escutado, de acordo com doutora Gabriela, pode se apresentar de diversas formas: apito, chiado, panela de pressão, cigarra, cachoeira, batidas do coração, entre outras. É mais comum em idosos, podendo chegar a uma prevalência de até 35% em indivíduos com mais de 60 anos. “Entre os pacientes com zumbido, a perda auditiva está presente em 85 a 96% dos casos. No entanto, nem todo paciente com perda auditiva tem zumbido”, aponta.

Entre as causas, a otorrino e fellowship em otoneurologia pela Unifesp destaca também as alterações metabólicas, como glicose e colesterol elevados, ou ainda distúrbios da tireoide, hipertensão arterial, uso de determinados medicamentos, doenças neurológicas, disfunções da articulação temporomandibular, dentre outras.

A médica explica que o tratamento, que varia de acordo com a causa, visa melhorar a qualidade de vida e reduzir o grau de incômodo provocado pelo sintoma. “Entre as opções temos a adaptação de aparelho auditivo, a terapia de habituação sonora, acupuntura, fisioterapia, tratamento da disfunção temporomandibular, terapia cognitivo comportamental, além de outros”, lista.



Editora da Revista Viver! - Jornalista há mais de 15 anos, atua também na área de Marketing Digital como social media.


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