Sabemos que o tratamento do câncer traz alguns efeitos colaterais. A fim de detectar problemas que possam colocar em risco sua saúde e o sucesso do tratamento, realizar exames laboratoriais periodicamente é de suma importância. O hemograma é uma ferramenta importante nesse sentido, conforme enfatiza o hematologista André Sena.
Dentre as alterações comuns no exame de sangue do paciente oncológico, doutor André destaca a leucopenia. “Trata-se da queda dos glóbulos brancos no sangue, ocasionada pelos medicamentos do tratamento”, explica. Visto que os glóbulos brancos representam as defesas do nosso organismo, sua queda pode causar infecções fúngicas, bacterianas e virais, como a herpes zoster.
Devido ao estado geral do paciente, a dificuldade na alimentação e a própria quimioterapia, outra alteração muito comum é a anemia. O especialista ressalta que atualmente dá-se muita atenção a esse fator, já que a anemia pode piorar o quadro geral do paciente e interferir no sucesso do tratamento.
Outro problema que pode ser apontado é a plaquetopenia, ou seja, a queda das plaquetas no sangue. “As plaquetas são responsáveis por uma das fases da coagulação, então quando elas caem é muito comum aparecer manchas roxas nos braços e nas pernas, as chamadas equimoses. Muitos medicamentos usados no tratamento provocam essa queda das plaquetas, levando a riscos de sangramento”, explana o médico.
Fundamental, também, é o acompanhamento das taxas de glicose do paciente oncológico. Isso porque outro efeito colateral dos remédios administrados pode ser o aumento dessas taxas. “Outra preocupação que tem sido estudada é a vitamina D; deve-se observar suas taxas antes e após o tratamento”, aponta o hematologista.
Há, ainda, a avaliação das taxas bioquímicas do sangue. Segundo doutor André, é importante saber se, durante o tratamento de um câncer, outros órgãos saudáveis – como rins e fígado – estão sendo atacados. “Conseguimos detectar isso através da análise de ureia, creatinina e ácido úrico, no caso dos rins, e nas dosagens das transaminases e gama GT para o fígado”, informa.
Quando alguma alteração surge nos exames laboratoriais, o trabalho em equipe faz toda a diferença para combate-la. No surgimento de uma anemia grave, por exemplo, o hematologista entra em cena. “No HECI temos uma equipe multidisciplinar que inclui nutricionistas e nutrólogos, que estão capacitados para manter o paciente com seu aporte nutricional correto, ajudando assim a prevenir e tratar a anemia”, completa.
#TODOSCONTRAOCÂNCER
“Campanhas como o Outubro Rosa e Novembro Azul são muito importantes devido a conscientização que provocam na população em geral sobre a necessidade de prevenção. Além disso, é essencial que as pessoas repassem essas informações para aqueles familiares que não têm tanto acesso aos veículos de comunicação. Assim, o alerta para esses problemas que podem ser prevenidos atinge toda a sociedade”.
O doutor André Sena atende em consultório no Laboratório André Sena, localizado na Praça Gilberto Machado, 35 – Cachoeiro de Itapemirim. Os telefones de contato são (28) 35217649 e (28) 99941-2024.
Foto: Erika Medeiros