Genética e carga repetida estão entre causas das hérnias de disco lombares

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O ortopedista Alexandre Ferreira – Foto por Erika Medeiros

Dentre as hérnias de disco existentes, as mais comuns são as lombares. Estas são caracterizadas pela lombalgia, ou dor glútea, com irradiação para a coxa e perna, podendo chegar até o pé. A dor é acompanhada de queimação, dormência, câimbras e dor intensa com incapacitação. Nos casos mais graves, pode haver diminuição de força no membro inferior afetado – revela o ortopedista e traumatologista Antonio Alexandre Ferreira, especialista em cirurgia de coluna.

“O disco intervertebral tem um papel importante na mobilidade e estabilidade da coluna vertebral. É formado por um ânulo fibroso externo e um núcleo pulposo interno, que é mais gelatinoso”, elucida o médico. “Em algumas pessoas o ânulo fibroso sobre uma degeneração rompe-se e ocorre o extravasamento do núcleo gelatinoso, que vai comprimir a raiz nervosa. Estudos recentes também têm demonstrado a predisposição genética para o surgimento das hérnias e associação com tabagismo, carga de peso repetida e vibração prolongada”, informa.

No que se refere ao diagnóstico, doutor Antonio Alexandre esclarece que é feito pela história clínica da dor com piora progressiva e irradiação para membro inferior, bem como exame físico detalhado e complementado por exames de imagem. “O RX em geral é normal, a tomografia computadorizada (TC) mostra detalhes da anatomia óssea e calcificações; porém, a ressonância magnética (RM) da coluna é considerada o exame de escolha para avaliação da hérnia discal, mostrando a raiz que está sendo comprimida, o tamanho e a localização da hérnia”, revela.

O especialista salienta que a maioria das hérnias discais lombares respondem bem ao tratamento conservador (não cirúrgico) com repouso relativo, medicamentos (anti-inflamatórios e analgésicos), associados à fisioterapia analgesia e, em alguns casos, bloqueio seletivo da raiz nervosa com anestésico local e corticoides. “Em cerca de 5 a 10 % dos casos que não respondem ao tratamento conservador, está indicado o tratamento cirúrgico com o objetivo de descompressão das estruturas nervosas”, aponta.

A microdiscectomia, a discectomia percutânea e a discectomia endoscópica são os métodos mais utilizados, segundo o ortopedista. “Atualmente a endoscopia de coluna tem se difundido com resultados muito bons, menor sangramento, alta hospitalar precoce e mínimo dano tecidual. Qualquer uma dessas técnicas nas mãos de um cirurgião de coluna habilitado vai oferecer alívio da dor e condições para reabilitação precoce do paciente”, explana.

 

Ainda de acordo com o especialista, é muito importante ressaltar que após o tratamento da hérnia discal – seja ele conservador ou cirúrgico, o paciente deve passar por um processo de reabilitação física com exercícios de alongamento e fortalecimento, além de mudanças de hábitos de vida como deixar de fumar, perder peso e realizar atividade física regular, os quais vão proporcionar proteção aos outros discos e evitar recidiva da hérnia operada.

 

 

Dr. Antonio Alexandre Ferreira atende na Clínica dos Acidentados, localizada na Avenida Francisco Lacerda de Aguiar, 226, Gilberto Machado – Cachoeiro de Itapemirim. Telefone para agendamento: (28) 3521-5766. Em Vargem Alta, os atendimentos são realizados na Hemoclin, localizada na Rua Nestor Gomes, 284, Centro. Agendamentos através dos números (28) 3528-1483 e 99905-8800.



Editora da revista Viver!, uma das mais importantes revistas de saúde do país. A publicação Sul capixaba circula mensalmente há mais de 17 anos.


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