Professores precisam cuidar da voz para evitar danos à saúde vocal

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A voz na rotina do ensino, em sala de aula, nas diversas escolas e universidades é o principal recurso humano para passar conhecimentos, estimular o raciocínio e interagir. Trata-se do elemento crucial na viabilização do trabalho do professor, o que eleva a demanda vocal.

“É imprescindível que a voz seja inteligível, acessível, motivadora, assertiva e eficaz, pois a habilidade de manter a atenção dos alunos pode ser prejudicada se a voz apresentar monotomia, fraqueza ou tensão, com mudança na fluência da fala do professor”, revela a otorrinolaringologista Maria Cristina Campos.

A sobrecarga no uso da voz pode levar o professor a apresentar fadiga, rouquidão e voz fraca. Para que isso não ocorra, uma boa orientação fonoaudiológica é de grande ajuda. “Devido a fatores como salas com má ressonância, número elevado de alunos, falta do microfone ou carga horária excessiva, somados à ausência de orientação fonoaudiológica, nos deparamos com diversas patologias laríngeas”, expõe a especialista.

A médica relata ser frequente em profissionais da área problemas como lesões estruturais (espessamento/hiperemia), nódulos, calos e feridas nas pregas vocais. Esses transtornos se traduzem pelo comprometimento da voz com rouquidão e cansaço vocal, muitas vezes associados a dores musculares de pescoço e ombro.

No que tange aos cuidados com a voz, doutora Maria Cristina explica que envolvem uma boa audição, boa respiração nasal e pulmonar, bem como uma boa digestão. “Se não ouvimos de forma adequada, dificilmente falamos corretamente. A obstrução nasal e a dificuldade respiratória pulmonar modificam a ressonância vocal, a mobilidade da língua e seu posicionamento”, respalda.

Ainda conforme explana a otorrinolaringologista, o reflexo laringofaríngeo promove pigarro, tosse, sensação de “bolo na garganta”, edema e formação de granulações em pregas vocais. “Diante desses conhecimentos, os professores devem se atentar aos sinais e, quando necessário, procurar atendimento otorrinolaringológico”, aconselha.

A especialista orienta também a evitar hábitos como o tabagismo e o etilismo, os quais pioram os sintomas. “Rotineiramente devemos consumir água à temperatura agradável (não gelada), evitar forçar a voz com gritos ou sussurros e fazer exercícios vocais antes de iniciar as atividades em sala de aula. Todos esses cuidados juntos irão favorecer sua saúde vocal”, conclui.

 

Foto por Jonathan Lessa

 

 

 

 

 

 



Editora da Revista Viver! - Jornalista há mais de 15 anos, atua também na área de Marketing Digital como social media.


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