Saiba como se prevenir do câncer colorretal com alimentação

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O intestino grosso é subdividido em cólon e reto. Os tumores que atingem essa região são denominados câncer colorretal. Uma característica importante desses tumores, segundo os coloproctologistas Alcides Barata Filho e Gediel Xavier, da clínica Gastrosul, é que a maioria deles tem origem em pólipos. Trata-se de pequenas elevações na parede do cólon e reto que crescem muito lentamente, podendo levar anos para ser tornarem malignos.
No que tange aos sinais e sintomas do câncer colorretal, os especialistas mencionam o sangramento ao evacuar como sendo o sinal mais comum. Também pode haver anemia sem causa aparente, principalmente após os 50 anos. “Alterações no hábito intestinal (diarreia ou intestino preso), desconforto abdominal com gases ou cólicas, vontade de evacuar mesmo sem ter nada para evacuar e emagrecimento inexplicado são outros sinais de alerta”, apontam.
Os médicos alertam para os riscos da má alimentação no desenvolvimento do câncer colorretal. “Uma dieta rica em carnes vermelhas, processadas (salsichas, mortandelas, salames e outros) e gorduras está associada ao surgimento dessa neoplasia”, destacam. Não praticar exercícios físicos, obesidade, tabagismo e alcoolismo também são fatores de risco.
Pessoas com idade acima dos 50 anos, indivíduos com histórico de pólipos e Doença Inflamatória Intestinal, além da ocorrência de câncer intestinal em familiar de primeiro e segundo grau e síndromes hereditárias aumentam as chances do surgimento da doença, de acordo com os doutores Alcides e Gediel.
O diagnóstico do câncer colorretal, conforme elucidam os coloproctologistas, deve ser realizado, sempre que possível, antes de apresentar os sintomas. “Isso porque quando os sintomas se manifestam podemos estar diante de um caso já avançado”, revelam os médicos. “O exame ‘ouro’ para detecção precoce dessa patologia é a colonoscopia, que consegue visualizar todo o cólon e o reto, retirar pólipos encontrados e outros procedimentos terapêuticos”, explicam.
A prevenção, conforme salientam os especialistas, deve ser iniciada aos 50 anos para a população em geral. Quem teve história de câncer colorretal na família – parentes de primeiro e segundo grau – deve começar 10 anos antes da idade que o parente teve câncer. “Para a população em geral, o exame deve ser repetido de 10 em 10 anos e para os que tiveram história de câncer na família, de cinco em cinco anos”, informam.
O tratamento do câncer colorretal, segundo os médicos da Gastrosul, varia de acordo com a gravidade e precocidade da lesão. Alguns casos podem ser tratados com a simples retirada durante uma colonocopia, em uma lesão mais precoce. Uma cirurgia complexa é necessária para a retirada do segmento intestinal com a lesão.
“Atualmente essas cirurgias podem ser realizadas por Videolaparoscopia. Em casos mais avançados também são utilizadas quimioterapia e radioterapia. Quanto mais precoce o tratamento, menores a agressividade e o tempo desse tratamento, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente”, relatam.

Prevenção é o melhor remédio
A prevenção do câncer colorretal deve ser feita com a mudança de hábitos de vida; sair do sedentarismo e fazer exercícios físicos, melhorar a dieta passando a consumir mais fibras e evitar carnes vermelhas e gorduras, além de alimentos industrializados.
“Fique atento aos seus hábitos intestinais, observe se suas fezes não estão eliminando sangue ou outras secreções. Procure fazer os exames de prevenção após os 50 anos”, orientam os coloproctologistas.
“As Campanhas de prevenção, como o setembro verde, são uma arma importante para divulgar esses conceitos para a população em geral. Passar informações de alerta para os riscos da doença e como podemos evitar e tratar essas lesões quando diagnosticadas é essencial”, finalizam.

Fotos: Erika Medeiros e Jonathan Lessa



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