Supercrescimento bacteriano ocorre no desequilíbrio da flora microbiana

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Possuindo um papel fundamental na manutenção da função imune e na saúde digestiva, a microbiota intestinal engloba centenas de tipos diferentes de bactérias e outros microorganismos, que permanecem abrigados no intestino. O crescimento excessivo dessas bactérias é conhecido como Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado (SCBID).

De acordo com a gastroenterologista Maria Roseneli Scarton D’Este, a síndrome acontece quando a digestão é ineficaz. “O intestino é um órgão que possui bactérias boas e ruins. Quando há um desequilíbrio dessa flora intestinal, a pessoa apresenta sintomas como digestão lenta, flatulência, abdome distendido e, nos casos mais graves, anemia, perda de peso e má absorção de vitaminas B12 e D”, explica.

Falando sobre os fatores de risco, a especialista cita o diabetes. Isso porque o intestino do diabético é mais lento, favorecendo o crescimento dessas bactérias ou se sobressaindo. Além disso, a SCBID pode surgir em decorrência de doenças inflamatórias intestinais, como doença de Chron e retocolite, doença de cólon irritável, bem como nas pessoas que têm o intestino “curto” devido a uma cirurgia. O uso excessivo de inibidor de bomba (omeprazol e pantoprazol) e de antibióticos também está entre os fatores de risco para a síndrome.

A médica explica que devido a sua localização de difícil acesso, o intestino delgado não é muito investigado. O diagnóstico do supercrescimento bacteriano atualmente é realizado por testes respiratórios com hidrogênio expirado. “Utiliza-se uma solução chamada substrato, a qual o paciente ingere e o intestino irá interagir, eliminando mais hidrogênio. Com isso, a pessoa assopra um aparelhinho, e a quantidade de hidrogênio eliminado irá determinar o resultado”, esclarece.

O tratamento, segundo doutora Maria Roseneli, é baseado em antibióticos, probióticos e simbióticos com o objetivo de equilibrar a flora bacteriana e controlar os sintomas. Caso os sintomas retornem, volta-se a lançar mão de medicamentos para reduzir a microbiota intestinal e controlá-los. “É importante que as doenças associadas também sejam tratadas”, ressalta.

A clínica Unigastro – Endoscopia Digestiva está localizada na avenida Francisco Lacerda de Aguiar, 109, Arpoador (salas 407/408), bairro Gilberto Machado, Cachoeiro de Itapemirim. Os telefones para contato são: (28) 3515-1287 e (28) 99908-6919. E-mail: clinica.unigastro@gmail.com.

 A gastroenterologista Maria Roseneli Scarton D’Este (foto: Erika Medeiros)

 

Cuidados com a alimentação

  • Evite consumir alimentos com lactose e carboidratos fermentados, presentes não só em todo alimento lácteo, como também em frutas muito ricas em açúcares (damascos, maçãs, peras, cerejas e ameixas).
  • Tenha cuidado também com o pão, a farinha e os cereais. Consuma pão em glúten.
  • As frutas mais recomendadas são as seguintes: banana, uva, mirtilo, limão, kiwi e toranja.
  • Obtenha um reforço de vitaminas lipossolúveis e B12 para combater o excesso de bactérias nocivas através de alimentos como abóbora, cenoura, óleo de fígado de bacalhau e salmão.

 



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