Considerado um problema sério na saúde bucal, a cárie dentária, se não for tratada, pode destruir seu dente e atingir a polpa (nervo). O resultado pode ser a formação de um abcesso. Uma vez instalado, ele só pode ser solucionado através do tratamento de canal, cirurgia ou extração do dente.
De acordo com a cirurgiã-dentista Stéfani Mar Athayde, pós-graduanda em saúde coletiva pela UFRJ, a cárie dentária é uma disbiose – um desequilíbrio entre os diferentes microorganismos presentes na boca. Os estreptococos do grupo mutans são as principais bactérias causadoras.
Segundo a odontóloga, diversos estudos indicam que o uso de xilitol reduz a formação de placa bacteriana, pois possui efeito antimicrobiano; inibe a desmineralização do esmalte (reduz a produção de ácidos) e tem efeito inibitório direto sobre as bactérias cariogênicas. “Isso ocorre porque essas bactérias liberam grande quantidade de energia para absorver o xilitol, e mesmo assim, não conseguem metabolizá-lo”, explica.
Conforme esclarece doutora Stéfani, o xilitol está disponível em várias apresentações, tais como gomas de mascar, pastilhas, tabletes mastigáveis, cremes dentais, enxaguantes e produtos nutricionais. No entanto, a goma de mascar com xilitol tem se mostrado o veículo mais efetivo como agente preventivo.
“Portanto, podemos pensar nele como um ‘auxiliar’ contra a cárie”, salienta a cirurgiã-dentista. “Além disso, o seu gosto e aparência são bastante semelhantes à sacarose (açúcar ‘branco’ de mesa) e 40% menos calórico”, compara. Ainda de acordo com a profissional, não existe nenhuma restrição de idade para seu uso, podendo ser utilizado, inclusive, durante a gestação, pois há estudos que o relacionam a uma menor incidência de cárie nas crianças.
Foto: Erika Medeiros