Aumento de casos de Chikungunya em Cachoeiro é preocupante

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O número de casos de Chikungunya em Cachoeiro neste ano tem preocupado profissionais da saúde e a população. O setor de vigilância epidemiológica do município informa que foram 97 notificações da doença, sendo 39 casos confirmados até o dia 11 de julho. A Chikungunya é uma doença causada pelo vírus Chikungunya, na qual a maioria dos indivíduos infectados (cerca de 70%) desenvolve sintomas.

A infectologista Patrícia Vivyanne da Gama Cotta e Silva explica que a doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica.  “A fase aguda ou febril dura até o décimo quarto dia. Após essa fase, alguns pacientes evoluem com persistência das dores articulares, caracterizando o início da fase subaguda, com duração de até três meses. Quando a duração dos sintomas persiste além dos três meses, atinge a fase crônica”, relata.

Os sinais e sintomas são clinicamente parecidos aos da dengue, podendo o paciente apresentar febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaléia, náusea, fadiga e exantema, dentre outros. “A principal manifestação clínica que a difere da dengue são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema”, aponta.
A transmissão da Chikungunya, conforme ressalta a especialista, ocorre através da picada de fêmeas dos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo vírus Chikungunya. Falando sobre as complicações da doença, doutora Patrícia informa que a mais importante é a dor articular incapacitante. Além disso, casos graves e óbitos relacionados à patologia têm sido relatados.

Complicações cardiovasculares, neurológicas, renais e respiratórias também podem acometer o paciente. “Os óbitos ocorrem, em sua maioria, entre os idosos e as complicações são mais frequentemente observadas em pessoas com comorbidades e recém-nascidos de mães infectadas. Porém, alguns pacientes sem doenças prévias podem evoluir com complicações, o que reforça a gravidade da doença, independentemente de doenças associadas”, alerta a médica.
O diagnóstico é feito através de exame laboratorial feito com amostras de sangue. Diante de um caso suspeito, é importante utilizar o fluxograma do paciente do Ministério da saúde para definir o estadiamento clínico de cada paciente, conduzindo os casos adequadamente. Não existe medicação específica, sendo o tratamento direcionado para controle escalonado da dor e medicações sintomáticas – revela a infectologista.

A prevenção

As medidas de prevenção da Chikungunya são, basicamente, as mesmas da dengue. É fundamental evitar de todas as formas a água parada, o que pode ser feito por cada um de nós ao manter caixas d’água vedadas, pneus em local coberto, garrafas e baldes virados para baixo, calhas limpas e pratinhos de plantas com areia, por exemplo.

Foto: Jonathan Lessa



A revista Viver! é publicada mensalmente há mais de 17 anos com circulação no Espírito Santo. Trata-se de uma das mais importantes revistas de saúde do Brasil, com centenas de especialistas em prol do dilema "Informação que faz bem".


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