Entenda melhor o autismo, bem como o seu diagnóstico

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O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é comemorado no dia 2 de abril. A data tem o objetivo de ajudar a conscientizar a população mundial sobre o transtorno, que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Identificado pela sigla TEA (Transtornos do Espectro Autista), o autismo é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento.

Segundo o neuropediatra Lúcio Coelho Miranda, trata-se de uma série de sinais e sintomas comuns a um conjunto de indivíduos, nos quais as principais manifestações são: comprometimento da socialização, alterações no desenvolvimento da linguagem verbal e/ou não verbal, interesses restringidos e condutas repetitivas.

Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, vale ressaltar que seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Doutor Lúcio explica que os principais sinais do autismo são o atraso do desenvolvimento da linguagem falada, estereotipias, dificuldade na interação social e na fixação visual, hipercinesia e interesses lúdicos ou sociais restritos. Essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvia para todos, ou podem ser mais sutis e se tornarem mais visíveis ao longo do desenvolvimento.

Conforme salienta o especialista, o diagnóstico pode e deve ser feito o quanto antes, e em alguns casos antes dos 12 meses já é possível fazê-lo. Na maioria das vezes, porém, entre 18 e 36 meses este diagnóstico começa a ser pensado. Sobre as causas, o médico elucida: “Como o TEA é um conjunto de sinais e sintomas comuns a um grupo de indivíduos, ele tem múltiplas causas, sendo que na maioria das vezes esta causa não é conhecida, entretanto, já se sabe que um percentual considerável é de origem genética”.

Acompanhamento multidisciplinar
Do ponto de vista médico, o uso de medicamentos pode ser feito para atenuar alguns destes sintomas, sobretudo a auto e heteroagressividade que alguns destes indivíduos apresentam, a hipercinesia e alterações do sono. “No acompanhamento multidisciplinar, vejo de muita importância o concurso de: psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e, sobretudo, professor apoiador no âmbito escolar”, relata o neuropediatra.
Os benefícios desse tratamento multidisciplinar desde cedo, no que diz respeito a qualidade de vida da criança autista, são muitos. “Quanto antes for feito este tratamento multidisciplinar, melhor será, pois padrões repetitivos de conduta e de comportamento, retardo e alterações no desenvolvimento da fala e o estímulo educacional serão bastante modificados para melhor”, expressa.



A revista Viver! é publicada mensalmente há mais de 17 anos com circulação no Espírito Santo. Trata-se de uma das mais importantes revistas de saúde do Brasil, com centenas de especialistas em prol do dilema "Informação que faz bem".


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