Entenda o papel do marcapasso e os cuidados necessários

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Dr. Marcelo Maia – Foto por Erika Medeiros

No Brasil, mais de 500 mil pessoas são portadoras de marcapasso. A cada ano, cerca de 50 mil novos dispositivos são implantados. O marcapasso cardíaco implantável está indicado para o tratamento das bradiarritmias, ou seja, distúrbios do ritmo cardíaco com frequências lentas, tratamento coadjuvante da insuficiência cardíaca e prevenção de morte súbita. Nesse último caso, um marcapasso atua com a função associada de desfibrilador.

Conforme respalda doutor Marcelo Maia, cardiologista especialista em arritmia e estimulação cardíaca artificial, o marcapasso respeita o ritmo próprio do paciente. “Isso significa dizer que se em determinado momento o coração for capaz de funcionar de forma independente, o dispositivo fica de ‘stand by’”, explica. “Caso contrário, ele garante que o coração seja estimulado na sequência de ativação fisiológica”, completa.

Nos cardiodesfibriladores – marcapassos com a função de desfibrilação -, utilizados na prevenção de morte súbita, o médico esclarece que seu mecanismo de ação é por estimulação cardíaca rápida (terapia anti-taquicardia) ou um choque é liberado pelos eletrodos internos.

Falando sobre os cuidados para conviver bem com o marcapasso, o cardiologista destaca a importância da prevenção de trauma (ação contundente) direta no aparelho e interferência eletromagnética. “Em situações do dia-a-dia como a utilização de celular, portas de agências bancárias, detectores de metal, ação de ímãs, utilização de bisturi elétrico em cirurgias, ressonância magnética e litotripsia, a prótese deve ser programada com a finalidade de preservar o circuito eletrônico e alteração na programação”, informa.

É possível levar uma vida praticamente normal utilizando marcapasso, contanto que se siga às recomendações médicas atentamente. Conforme elucida doutor Marcelo, após o período de recuperação pós-operatória, definido pelo próprio médico, o paciente fica liberado para qualquer atividade física, desde que não traga risco de trauma. “Dessa forma, esportes de contato não são recomendados. A atividade física supervisionada é recomendada para o paciente cardiopata”, aponta.

Qualidade de vida

De acordo com o especialista, o marcapasso cardíaco traz melhora na qualidade de vida das pessoas que possuem tal indicação. O mais importante é manter as revisões periódicas, usualmente realizadas semestralmente, onde o médico especialista, através de um aparelho próprio, chamado programador, tem acesso aos dados da prótese como voltagem da bateria, integridade dos eletrodos, limiares de estimulação.



Editora da Revista Viver! - Jornalista há mais de 15 anos, atua também na área de Marketing Digital como social media.


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