
Foto: Erika Medeiros
Assim como ocorreu com as doenças
infecciosas e, posteriormente, com as cardíacas, vivenciamos avanços no
tratamento do câncer. Ao longo das últimas décadas, grandes conquistas foram
realizadas, desde as melhorias e aperfeiçoamento das cirurgias, melhores
cuidados com sintomas como dor e vômitos, bem como a introdução das terapias
genéticas e imunológicas.
O
mastologista e cirurgião oncológico Anderson Magalhães Zerbone explica que nessa modalidade, a terapia genética, as células do paciente são
retiradas numa coleta de sangue. Em seguida, são modificadas geneticamente em
laboratório e reinjetadas no paciente. A partir de agora, conseguem detectar as
células tumoral e gerar um ataque preciso contra elas.
“A imuno-oncologia é, sem dúvida, a área que mais se desenvolve; sempre
soubemos da importância da relação ‘câncer versus hospedeiro’ – inclusive, o
prêmio Nobel de medicina em 2018 coroou os pesquisadores
nessa área. Nessa metodologia terapêutica modificamos nosso sistema imunológico
para criar supercélulas e destruir as células cancerosas”, revela doutor
Anderson.
Apesar da evolução da medicina, uma coisa, conforme salienta o especialista,
não mudou: a prevenção e o diagnóstico precoce ainda são as melhores formas
de cura.
“Os gastos anuais com o câncer no mundo são estimados em um trilhão de dólares.
Acredita-se que a cada um bilhão investidos na prevenção, são
economizados 100 bilhões em tratamento”, aponta o médico.
Hoje, certamente, a maior causa de câncer é a obesidade. De acordo com o
mastologista e cirurgião oncológico, é preciso reconhecer o sobrepeso como
uma fábrica de radicais livres e substâncias tóxicas ao DNA. “No início do
século XX, o cigarro era o grande causador da doença. Hoje, ele está sendo
substituído pela obesidade”, alerta.
Atividade física, alimentação saudável e o controle do sobrepeso são medidas
essenciais para prevenir o câncer. Essa junção, segundo doutor Anderson, é
capaz de reduzir em 30% as chances de desenvolver câncer de mama, por exemplo.
“Nosso maior desafio é tornar esses tratamentos de ponta acessíveis a todos os
que precisam”, ressalta.