Quando um paciente apresenta alguma doença neurológica, ela pode vir associada a sequelas com chances de boa reabilitação. Entre as que demonstram estes tipos de déficits, podemos citar as sequelas após um AVE (Acidente Vascular Encefálico, podendo ele ser isquêmico ou hemorrágico), após ser acometido por uma Encefalite, ou a própria doença de Parkinson, o Câncer, ou ainda uma encefalopatia não progressiva da infância, dentre muitas outras. Estas sequelas neurológicas, na maioria das vezes, levam a déficts/disfunções físicas, motoras e psíquicas no funcionamento normal do corpo humano.
Conforme salientam a fonoaudióloga Renata Bandeira e o fisioterapeuta Michel Morine, mesmo que o diagnóstico médico seja igual de um indivíduo para o outro, as possibilidades de reabilitação são individualizadas, pois cada cérebro irá apresentar uma disfunção, podendo estar em graus diferentes inclusive, e distinta do outro. “Essa diferença de um paciente para o outro se dá pela quantidade de neurônios que foram ativados antes daquela doença se instalar. Chamamos isso de ‘mapas globais’”, revelam os profissionais.
Mediante a isso e por meio de uma série de cuidados e tratamentos aplicados durante o processo de reabilitação, os doutores Renata e Michel explicam que é possível melhorar a qualidade de vida do paciente. A reabilitação ocorre de forma direcionada, possibilitando prognósticos funcionais à qualidade de vida.
“Hoje a Fisioterapia e a Fonoaudiologia caminham juntas no tratamento dos pacientes com sequelas neurológicas. É de extrema importância a associação de ambas as técnicas para que o paciente consiga com maior rapidez o resultado esperado”, explanam os profissionais. “Temos várias técnicas e métodos de tratamento que utilizamos em conjunto para a reabilitação, tais como o Baby Bobath, Bobath, Facilitação Neuromuscular proprioceptiva (PNF), Laserterapia, Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS), entre outros”, relatam.
A fonoaudióloga e o fisioterapeuta ressaltam que os exames complementares são de suma importância, sendo cada vez mais usados nestas áreas. “Exames como a Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Tractografia, Eletroneuromiografia, Videofluoroscopia da Deglutição, VED e a Videolaringocopia nos ajudam a nortear melhor todo o processo terapêutico reabilitador”, apontam.
Os profissionais enfatizam, ainda, que a avaliação clínica funcional da fonoaudiologia e da fisioterapia é soberana e deve ser realizada sempre. “Podemos ter a mesma imagem de uma lesão cerebral em um paciente e essa lesão se apresentar de uma forma, e em outro paciente de outra forma. Por isso a importância de um profissional especializado e uma boa avaliação”, argumentam.
Estimulação eficaz
A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua – ETCC (em inglês tDCS – Transcranial Direct Current Stimulation) é uma técnica que incide uma corrente elétrica de baixa intensidade sobre a cabeça do indivíduo, sendo capaz de atingir o cérebro e gerar mudanças nele. “Temos como objetivo o aumento ou a redução da atividade cerebral dependendo do local dos eletrodos na cabeça, o que por sua vez dependerá da doença do paciente”, esclarecem os doutores Renata e Michel.
A fonoaudióloga e o fisioterapeuta explicam que a Eletroestimulação Transcraniana (ETCC) pode ser utilizada em pacientes que sofrem de distúrbios neurológicos e psicológicos, assim como na melhora de outras capacidades física e mentais. “Nos últimos 30 anos, os mecanismos fisiológicos de ação dessa prática têm sido intensamente estudados, auxiliando sua aplicação em pacientes com condições clínicas diversas, especialmente depressão, acidente vascular cerebral (AVC) e dor crônica, mas também na melhora motora, dor de cabeça, vícios, compulsões, déficit de atenção, dificuldade de fala, insônia, Parkinson, Alzheimer e autismo”, enumeram.
Tratando sequelas da Covid-19
“Com a Pandemia da Covid-19, temos observado muitos casos de pacientes com sequelas não somente pulmonares que a própria doença deixa, mas, uma grande quantidade de pacientes que junto vêm apresentando sequelas neurológicas provenientes a um Acidente Vascular Encefálico”, relatam os profissionais. “Com isso, o tratamento com a tDCS vem apresentando melhoras quantitativas por conseguirmos Neuromodular esse Cérebro”, completam.
De acordo com os doutores Renata e Michel, a técnica faz com que áreas próximas da lesão ou contralaterais à mesma consigam fazer a ponte mais rápido do que o normal, a fim de tomar conta daquelas funções neurológicas que foram perdidas. “Um exemplo seria colocar os neurônios que estão em inércia para começar a criar pontes e direções no intuito de fazer o trabalho daqueles que ‘morreram’, com uma velocidade maior. E isso para reabilitação é muito importante”, afirmam.
“Iniciamos a Neuromodulação com a tDCS a partir dos três anos de vida até a idade adulta”, informam os profissionais, acrescentando: “Estudos mostram que crianças a partir dos dois anos de idade já podem ser moduladas partindo do princípio de que todas as suturas cranianas já tenham fechado. Porém, sempre optamos pela margem de segurança”.
Por Cachoeiro ser um centro de referência para o Sul do Estado, e os doutores Michel e Renata serem referências em Neuropediatria e Neuroadulto, ambos estão trazendo essa técnica para proporcionar aos pacientes da região um tratamento mais moderno e inovador, já que o mesmo só ocorre nas grandes capitais do Brasil.
Dra. Renata Bandeira atende na Clínica Fonocenter, localizada na Rua 25 de Março, 33, 6º andar, Salas 612/613 – Shopping Cachoeiro. Telefones: 28 3521-7537 e 99950-1140.
Dr. Michel Morine Saloum atende na VitalleFisio, localizada na Rua Dom Fernando, 11, Independência – Cachoeiro de Itapemirim. Telefones: 28 3511-6020 e 99911-8366.