Infidelidade conjugal ocorre entre 50 e 70% dos cônjuges no Brasil

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A psicóloga Tatielly Baião Bonan – Foto por Mateus Baião

Por Tatielly Baião Bonan – Psicóloga

Embora a sociedade condene a infidelidade conjugal, ela se faz presente em muitos lares. Acredita-se que no Brasil a traição ocorra entre 50 e 70% dos cônjuges, por isso o tema tanto assombra os casais que temem passar por isso, ou aqueles que tentam superar o ocorrido.

Quando buscamos entender a razão de índices tão altos, aquele que trai justifica seu comportamento sobre as faltas de seu parceiro. E aqui a lista pode ser infinita, foi devido à falta de carinho, atenção, sexo, cuidados, enfim. Acontece que essa questão esbarra em uma muito profunda, a da expectativa de parceiros ideais que se satisfaçam ou se completem. Ora, sobre ninguém deve recair essa responsabilidade ilusória. Cada um de nós deve ser agente de sua própria felicidade.

Dessa forma, quando alguém, que se considera infeliz no atual relacionamento, busca na traição uma saída, esta pessoa está de fato falando sobre sua incapacidade em lidar com seus problemas matrimoniais, com as frustrações que advêm de um relacionamento amoroso real e imperfeito.

Quando o relacionamento não vai bem, ao invés de questionar exclusivamente esse outro que não está lhe fazendo feliz, questione-se quanto sua própria responsabilidade em buscar sua realização pessoal e conjugal. Faça alguma coisa dentro do relacionamento que permita uma melhoria, porque afinal, longe de ser uma solução, a traição pode complicar ainda mais a situação, podendo desencadear finais muito mais dolorosos ou trágicos.

Quando ainda há amor, a saída é o diálogo franco e respeitoso, no qual cada um pode apresentar aquilo que vem sentindo falta, suas dores e desejos, e motivado pelo amor, o que é possível para cada um ofertar ao parceiro. Talvez esse movimento exija várias conversas, talvez em algumas ocorram brigas, mas eu costumo dizer aos meus pacientes que existem as boas e más brigas. Uma briga ruim é aquela em que se discute pela milésima vez a mesma coisa e nada muda, só há desgaste. Uma boa briga é aquela que gera acordo, da qual se sai algum combinado com firme propósito de ser cumprido.

Mas quando o amor já não se faz presente, talvez seja hora de avaliar a separação. Um divórcio responsável deixa menos sequelas do que as traições. Além das insatisfações no relacionamento, as pessoas traem por outros motivos, como por exemplo, por problemas de caráter, compulsões, desejos de viver aventuras sexuais, baixa autoestima com necessidade de autoafirmação, por imaturidade e falta de compromisso.

Independentemente das razões, ser traído dói muito e magoa não apenas o parceiro, mas todo o restante da família. A insegurança e desconfiança passam a fazer parte do dia a dia do casal, e cada saída, cada mensagem, cada falta de notícia vira um tormento e gera muitas brigas. Se você vive assim e é a pessoa que trai, olhe bem para seu parceiro, resgate um pouco do sentimento que já nutriu por ele, talvez presente lá no início do relacionamento, e busque uma solução digna para os problemas que vivem. Já se você é a parte traída, olhe para si, resgate seu amor próprio e avalie se de fato uma reconexão conjugal é possível. Lembrem-se que um psicólogo é um profissional capaz de ajudá-los, como casal ou individualmente, a lidar com todas essas dores e escolhas.

 

Tatielly Baião Bonan é Psicóloga especialista em Terapia cognitivo-comportamental, Terapia de família e Coach Parental (CRP 1314/16). O Family Care está localizado no Shopping Cachoeiro: Rua 25 de Março, 33, sala 212 – Centro. Telefone: (28) 99959-0650. Siga Tatielly no Instagram: @tatiellybonan

 



Editora da revista Viver!, uma das mais importantes revistas de saúde do país. A publicação Sul capixaba circula mensalmente há mais de 17 anos.


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