Parcerias entre equipe multidisciplinar são fundamentais

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Foto: Erika Medeiros

“Que linda está a capa da revista esse mês, não é mesmo?! Estamos lado a lado para conversar com você sobre o quanto fazer boas parcerias profissionais pode ser fundamental na recuperação de nossos pacientes”, declara a psicóloga Tatielly Baião Bonan. “Certa vez encontrei as fonoaudiólogas Renata Bandeira e Maiumy Leal e busquei orientação: ‘estou com um paciente que fica passando a língua na boca toda hora, posso encaminhá-lo?’”, relata.

A psicóloga reflete: “O paciente pode vir a mim se queixando de falta de amigos, mas e se o comportamento de passar a língua na boca for um dos fatores que contribuem para a situação? Enquanto eu trato a parte emocional, desenvolvendo habilidades sociais, recuperando a autoestima e aumentando a confiança, o fonoaudiólogo poderia estar auxiliando o paciente no âmbito na percepção do fenômeno, recuperando a sensibilidade labial e o tônus para o reposicionamento da língua”.

A psicologia e a fonoaudiologia costumam ser muito parceiras, conforme salienta Tatielly. Afinal, queixas de gagueira, taquilalia, atrasos no desenvolvimento da linguagem e aprendizagem podem ter causas emocionais. Do mesmo modo, quando um psicólogo se depara com um paciente apresentando dificuldades na memorização e associação de ideias, troca de letras, fraca entonação de voz (voz hesitante não “põe moral” na criança) ou respiração comprometida – os ansiosos precisam muito aprender a respirar adequadamente -, este pode ser convidado a procurar um fonoaudiólogo.

“Com a fisioterapia é a mesma coisa; muitas vezes o paciente é portador de muitas dores físicas, pode ter a mobilidade comprometida, ou ainda ter passado por um acidente. Esses são alguns quadros que poderiam deixar a pessoa fragilizada, com alterações de humor, falta de esperança, medo, raiva, falta de motivação para se exercitar em casa, enfim… Esse paciente pode alcançar uma grande melhora em seu quadro se conseguir tratar essas dores emocionais com um psicólogo, e despertar a vontade e a garra para se reerguer e se comprometer com o tratamento fisioterápico”, propõe a profissional. 

Conforme argumenta a psicóloga, tanto os fonoaudiólogos quanto os fisioterapeutas percebem o quanto faz diferença quando seus pacientes recebem apoio familiar

“Uma família superprotetora pode causar uma relação de dependência, fazendo o paciente acreditar que não é capaz de realizar determinadas tarefas, impedindo-o de desenvolver seu potencial. Ao contrário, famílias superexigentes podem gerar muita ansiedade no paciente, levando-o ao fracasso e frustração”, aponta.

A profissional ressalta, ainda, sobre as famílias que não conseguem impor limites aos filhos, deixando-os com dificuldades em seguir regras, gerando problemas na escola e comprometendo o aprendizado. “Intervindo nesses sistemas familiares disfuncionais, o psicólogo pode fazer com que estes se tornem ambientes emocionalmente estáveis que facilitem novas aprendizagens através dos tratamentos pelos quais cada paciente necessita passar”, finaliza. 

Tatielly Baião Bonan – Psicóloga especialista em Terapia cognitivo-comportamental, Terapia de família e Coach Parental (CRP 1314/16)

Family Care – Rua Anacleto Ramos, 63, Bairro Ferroviários. Telefone: (28) 99959-0650.



A revista Viver! é publicada mensalmente há mais de 17 anos com circulação no Espírito Santo. Trata-se de uma das mais importantes revistas de saúde do Brasil, com centenas de especialistas em prol do dilema "Informação que faz bem".


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