Com prevalência elevada mundialmente, especialmente devido ao aumento da idade materna e alta prevalência de obesidade entre as mulheres em idade reprodutiva, o Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como o aumento dos níveis de glicose sanguínea, detectado pela primeira vez durante a gravidez. Apresentando valores glicêmicos que não atingem os critérios diagnósticos para Diabetes Mellitus (DM), o problema pode ou não persistir após o parto.
Segundo a ginecologista e obstetra Rachel Dias Carneiro, trata-se de uma das alterações endócrinas mais comuns durante a gestação, podendo ser encontrada em até 18% das gestantes com os novos critérios diagnósticos utilizados. “O diabetes gestacional costuma acontecer porque durante a gravidez ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê”, revela.
De acordo com a especialista, há uma tendência à hiperglicemia para fornecimento adequado de glicose ao feto. Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros aumentados pela gestação, tais como o hormônio lactogênio placentário, o cortisol e a prolactina, podem promover redução da atuação da insulina em seus receptores, uma resistência à ação da insulina”, explica, acrescentando: “Com isso o pâncreas materno, consequentemente, deveria aumentar a produção de insulina para compensar este quadro de resistência, porém, quando isso não ocorre, há o aparecimento do diabetes”.
Os principais fatores de risco para DMG, conforme relata a médica, são: história familiar de diabetes em familiar de primeiro grau, obesidade ou ganho de peso excessivo na gestação, idade materna avançada, síndrome dos ovários policísticos e gestação gemelar. Além de histórico de mau passado obstétrico anterior e alterações na gestação atual – tais como hipertensão arterial, excesso de líquido amniótico e bebê grande para a idade gestacional.
“O diabetes gestacional é muito comum e não costuma causar sintomas. Por ser uma doença geralmente assintomática, indica-se o rastreamento de todas as gestantes”, orienta doutora Rachel. “Deve ser realizada a dosagem de glicemia de jejum no início do pré-natal para avaliação de possíveis casos de diabetes pré-gestacionais, se possível, antes de 20 semanas de gestação”, informa.
A ginecologista e obstetra alerta que o DMG implica em um aumento no risco de complicações durante a gestação, tanto para a mãe como para o feto. “A gestante com DMG não tratada tem maior risco de parto prematuro, feto macrossômico (bebês com mais de quatro quilos), além de maior incidência de pré-eclâmpsia e risco de diabetes tipo 2 (DM2) posterior à gestação. O bebê apresenta maior risco de hipoglicemia durante o nascimento, icterícia, stress respiratório, além do risco de sobrepeso e DM2 na vida adulta”, explana.
Ainda conforme elucida doutora Rachel, é de suma importância o controle das glicemias nestas pacientes durante a gestação, seja com realização de glicemias capilares ou com monitorização contínua de glicose. “A grande maioria das pacientes consegue bom controle das glicemias com dieta adequada e atividade física. A dieta deve oferecer necessidades nutricionais mínimas para a gestação e atingir metas glicêmicas, sem induzir perda de peso ou ganho de peso excessivo”, explica. “Caso o objetivo não seja alcançado, o uso de outros medicamentos como a insulina pode ser necessário”, conclui.
Dra. Rachel Dias Carneiro atende no CEU da Unimed, em Cachoeiro. Telefone de contato: (28) 99985- 4045. Em Itapemirim, seu consultório está localizado na AV. Cristiano Dias Lopes filho, s/n – Centro Médico, com telefone (28)3529-6300. Seu e-mail profissional é rachel@radscan.com. Br